12:15 13.03.2015
© Ricardo Moraes / Reuters
Um protesto contra o Governo de Dilma Rousseff no próximo domingo, dia 15, foi convocado pelas redes sociais e espera reunir milhares de pessoas em pelo menos 34 cidades brasileiras.
O evento sobre o protesto na rede social Facebook tem mais de 100
mil confirmações de localidades brasileiras como Brasília, São Paulo,
Rio de Janeiro e Belo Horizonte, e internacionais, como Sydney, na
Austrália, e Boston, nos Estados Unidos. Na maioria das vezes, o número
de participantes é menor do que o de confirmados nas redes sociais.
A manifestação tem uma "agenda" extensa e diversificada devido aos
diferentes grupos participantes. Há críticas à corrupção, à má situação
económica brasileira, à inflação, à ideologia do Partido dos
Trabalhadores (chamado por alguns grupos conservadores como "comunista" e
"bolivariano"), e até pedidos de "impeachment" (impugnação de mandato)
para Rousseff.
Nas últimas
manifestações contra o Governo, realizadas após a reeleição da
Presidente, em outubro do ano passado, grupos minoritários apoiaram uma
intervenção militar.
Há três grupos que
se destacam, nas redes sociais, na organização do protesto do próximo
domingo. Entre eles está o "Movimento Brasil Livre" e o "Revoltados
Online", que pedem o "impeachment" de Rousseff, e o "Vem para a Rua",
mais moderado, contra a impugnação imediata do mandato presidencial, e
que reivindica "ética na política e um Estado eficiente" e "mais magro"
em termos de estruturas.
As manifestações
estão agendadas em diferentes horários nas cidades mencionadas nas
redes sociais. No Rio de Janeiro e em Brasília, por exemplo, a
concentração foi marcada para as 09:30 (12:30 em Lisboa), e, em São
Paulo, para as 14:00 (17:00 em Lisboa).
Os setores à esquerda do PT que também estão descontentes com o
Governo, como movimentos sociais, partidos políticos e sindicatos, não
apoiam os atos previstos para domingo, por se afastarem também dos
setores mais conservadores.
A
polarização da sociedade brasileira entre apoiantes do Partido dos
Trabalhadores (PT, de centro-esquerda) e do Partido da Social Democracia
Brasileira (PSDB, de centro-direita) mostrou-se nas ruas após a
reeleição de Rousseff e aumentou após o anúncio das medidas de ajuste
fiscal e da investigação das suspeitas de corrupção na petrolífera
brasileira, Petrobras.
Outra
manifestação nacional foi convocada para hoje, organizada pela Central
Única dos Trabalhadores (CUT, a maior central sindical do país), em
defesa da Petrobras, dos direitos dos trabalhadores, da democracia, da
manutenção do caráter público da Caixa Económica Federal, de uma mudança
da política económica do Governo e da reforma política.
O chamado "Dia Nacional de Luta" tem concentrações agendadas em 26
estados e, na prática, critíca medidas do Governo, mas também é uma
demonstração de reação antecipada às manifestações programadas para
domingo pelos setores conservadores.
Movimentos sociais e estudantis, tanto aliados como críticos do Partido
dos Trabalhadores, divulgaram que apoiam e irão participar naquelas
iniciativas.
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