segunda-feira, 16 de março de 2015

"Vamos brigar depois", diz Dilma ao pedir mais diálogo e apoio para medidas fiscais

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Presidente fez o primeiro pronunciamento após os protestos que levaram 1,5 milhão de pessoas às ruas brasileiras, no último domingo Da redação, com AE

Em discurso na tarde desta segunda-feira, o primeiro após os protestos que levaram 1,5 milhão de pessoas às ruas no último domingo (15), a presidente Dilma Rousseff defendeu as medidas de austeridade econômica adotadas pelo governo e pediu "mais diálogo" à população e ao Congresso.
Dilma focou seu discurso nas necessidades de ajustes na economia e afirmou que é necessária união neste momento. "Vamos brigar depois", disse.
"Toda vez que se tenta combater uma crise econômica, ela cria um problema social e financeiro", afirmou Dilma, sobre a atual situação das contas do governo.
A presidente também foi perguntada sobre a postura do governo no momento de instabilidade e sobre as declarações de Eduardo Cunha, presidente da Câmara, de que a corrupção está no Executivo. "Você só pode abrir diálogo com quem quer abrir diálogo, eu procurarei abrir diálogo com quer for", disse.
Dilma afirmou que está aberta a receber críticas e que tem disposição para dialogar sobre os erros que seu governo possa ter cometido, mas ressaltou também que será firme na iniciativa do ajuste fiscal.
"Sem interferências no MP"
Depois de o Ministério Público Federal (MPF) denunciar à Justiça o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, a presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira, 16, que essa denúncia mostra como é "absolutamente infundada" a especulação de possíveis interferências do Palácio do Planalto na atuação do Ministério Público.
Vaccari consta da lista de 21 alvos da nova denúncia da Procuradoria-Geral da República no âmbito da Lava Jato. É a primeira acusação formal contra Vaccari e também a primeira contra o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, preso nesta segunda-feira, no Rio, na décima fase da operação, batizada de "Que País é esse?".
"Esses acontecimentos mostram que todas as teorias a respeito de como é que o governo interferiu sobre o Ministério Público, ou sobre quem quer que seja, pra investigar ou fazer qualquer coisa com quem quer que seja, é absolutamente infundada", disse Dilma em entrevista concedida a jornalistas, depois de participar da solenidade de sanção do novo Código de Processo Civil.
"Se querem investigar, vão investigar. Quem for responsável, pagará pelo que fez. Só isso. Todo mundo tem o amplo direito de defesa, o que vale pra todo mundo vale pra todo mundo", prosseguiu a presidente.
Questionada pelo se os novos acontecimentos poderiam atrapalhar ainda mais a vida do governo e aumentar a insatisfação popular, Dilma respondeu: "Eu não acredito, não".

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