quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

PORQUE UM NEGÓCIO DE MARKETING MULTINÍVEL PRECISA TER PRODUTO


PORQUE UM NEGÓCIO DE MARKETING MULTINÍVEL PRECISA TER PRODUTO

Você já ouviu alguém dizer que “uma empresa de multinivel legítimo tem que ter produto”? Sim? E qual a sua opinião? Ah, eu já sei… E também concordo que pra um negócio ser um “negócio”, um produto se faz necessário. Mas porque isso é uma verdade?
Será que uma empresa precisa de um produto para não quebrar? Será que o produto é o que torna o negócio “sustentável”? O que você acha? Muitos dizem que “empresa que não tem produto é pirâmide” e por isso quebra… Mas o que querem dizer quando afirmam isso? Será que o fato de ter um produto faz com que um esquema deixe de ser pirâmide, é isso? Será que a ausência de produtos é o que faz um negócio ficar vulnerável?
Eu não penso que seja… Mas, antes que você comece a pensar que eu sou um defensor de esquemas de pirâmides sem produtos, quero que entenda que meu único objetivo ao defender o ponto de vista que apontarei a seguir é causar polêmica… :twisted:
Eu tenho certeza de que um negócio tem que ter produto, mas não pelo motivo que tantos falam. E com a polêmica que pretendo criar aqui, acho que você também pode raciocinar sobre isso por conta própria, ao invés de ficar ouvindo toda a balela que se conta por aí. Eu acho que o Marketing Multinivel melhora a medida em que as pessoas sabem julgar por si só o que de fato ele é, ao invés de ficarem seguindo tudo o que ouvem. E com esse tipo de artigo controverso, o que desejo é fazer você refletir… Então vamos ao que eu penso e depois você tira suas conclusões.
Pense comigo… em qualquer operação comercial, boa parte dos custos de uma empresa (senão a maior) está relacionada a produção e logística dos bens de consumo que essa empresa oferece, concorda? E o que pode fazer uma empresa quebrar? Uma única coisa: custos maiores que receita! Então vamos lá: se uma empresa elimina os custos com fabricação e logística, ela elimina drasticamente as chances de gastar mais do que fatura, ok? Por outro lado, se ela não tem produtos, não tem o que vender e portanto não tem receita, certo? Ou seja, não existe empresa.
Mas, suponhamos que alguém crie um esquema financeiro onde pessoas topem pagar apenas para entrar “no negócio”, mesmo que não recebam nenhum produto em casa. O que será que acontece? (Isso é o sonho de qualquer dono de pirâmide, não é mesmo!?) Vamos lá, continue pensando… O que aconteceria? Será que o esquema quebraria mesmo?
Vamos um pouco mais além… Num esquema com promessa de ganhos fixos mensais, a matemática realmente não fecha e eu acho que os dias são contados. Mas, e se fizéssemos esse teste de retirar os produtos numa empresa que tem um plano de compensação comprovadamente sustentável, tal qual o das “empresas legítimas”?
Por exemplo, imagine você, que desenvolve o MMN de uma empresa que julga séria, que tá há anos no mercado, que tem produtos, uma matemática de bonificação sustentável, um plano de carreira, etc. Desconsidere as empresas que você entende por “impróprias”, digamos assim, e que você acha que podem quebrar a qualquer momento. Pense na sua empresa, com toda a sustentabilidade que ela tem, se deixasse os produtos de lado e começasse a girar apenas dinheiro…
…Simplesmente dinheiro entrando e dinheiro saindo, com as mesmas formas de ganhos, com a mesma matemática de bonificação, etc. Você acha que ela quebraria? Te encurralei, né!? Claro que você tem que responder que não. Pois se há possibilidade dela quebrar assim, então seria muito mais fácil quebrar tendo os custos que tem hoje, com produção e logística. Entendeu onde quero chegar?
E se o que acabei de falar faz sentido pra você, então você concorda que é possível chegarmos a um modelo de pirâmide que nunca quebre, ou seja, um negócio “sem produto”, porém, sustentável. Se pegarmos o plano de sua empresa, que você julga perfeito, e todas as pessoas concordarem em continuar pagando sem receber nenhum produto (e, acredite, existem pessoas que concordariam), apenas para participarem do “negócio”, é possível criarmos uma pirâmide com sustentabilidade. Bingooo!!!
Então, se encontramos a fórmula mágica, por quê não legalizamos isso de uma vez, resolvemos todos os problemas financeiros da humanidade, e todos vivemos felizes para sempre? Porque essa exigência das autoridades para que um negócio tenha produto, se podemos ter um joguinho “sustentável” de dinheiro atrás de dinheiro onde, teoricamente, todos ganham?
Simples: o fato é que não existe possibilidade alguma de um dia criarem um esquema onde todos ganhem. Matematicamente isso é impossível. E o produto entra nessa história pura e simplesmente para garantir que as pessoas se conformem em receber pelo que pagaram.
 

Na verdade, em primeiro lugar, todo produto existe para atender uma necessidade de quem o compra, e no nosso setor essa também deve ser a premissa básica do produto. Mas como no Multinivel tudo é deturpado em função da possibilidade de ganhos financeiros, além de suprir uma necessidade do cliente, o produto se faz necessário para delimitar onde terminam os direitos de quem o adquiriu. Em outras palavras, quando você coloca seu dinheiro numa empresa de MMN você tem que receber algo em troca, de valor correspondente ao dinheiro que você pagou, para que se configure uma relação de compra (não investimento) e se encerrem aí seus direitos de consumidor perante a empresa.
Você paga, recebe o produto e pronto. Você e a empresa estão quites! Você não deve nada a ela e ela não lhe deve nada. E assim é com todos os distribuidores: seus direitos se encerram na compra de um produto. Todo o resto, os pagamentos, os prêmios, tudo o mais são extras que a empresa lhe dá porque julga que você merece. Mas você não tem DIREITOS. Por isso mesmo que nome dado ao que você recebe é BÔNUS e não comissão, salário ou qualquer outra coisa que conote obrigação por parte da empresa. Simplesmente, bônus! O que podemos entender, digamos, como um plus..
Mas porque isso? Simples: isso é o que torna a relação empresa versus distribuidor sustentável. Como assim? Você não pode colocar seu dinheiro numa empresa de MMN e ficar com aquela sensação que tem quando coloca seu dinheiro numa poupança. Quando você deposita seu dinheiro na poupança, sua sensação é a de que o banco lhe deve algo, não é mesmo? Pois bem, a sensação que você deve ter quando coloca seu dinheiro numa empresa de MMN é a de quem foi numa loja de roupas, comprou uma calça e voltou pra casa. Ou seja, seu dinheiro ficou lá e agora é da empresa. E você está satisfeito com sua calça. Não há nenhuma expectativa além disso.
Esse tipo de relação é o que dá sustentabilidade ao Marketing Multinível: a relação de venda. E porque isso dá sustentabilidade? Suponha que você compre seu kit de distribuidor hoje e no dia seguinte sua empresa feche… E agora? A empresa estava lhe devendo? Não! Você pagou, recebeu seu produto e pronto. É a velha e conhecida relação do “toma lá, dá cá”.
E é por isso que um produto deve existir numa empresa de Marketing Multinivel, pra que você não tenha a sensação de que a empresa está lhe devendo algo. Como assim? Imagine que você entre num MMN sob a perspectiva de investimento, sem comprar nenhum produto, ou mesmo pagando por um produto de fachada, que pra nada terá utilidade. Você vai pagar sua adesão ao negócio e voltará pra casa com a sensação de que tem um crédito naquela empresa, pelo qual deverá ser ressarcido. Ou seja, você não entende que a obrigação comercial que a empresa tem com você acabou na entrega do produto, pois o que você quer é seu dinheiro de volta – e seus ganhos. Se, por acaso, essa empresa fechar no dia seguinte a sua compra, você se sentirá lesado. E realmente foi!
O fato é que se você for ler a fundo o contrato de qualquer empresa séria de marketing de rede, verá que tudo funciona como eu falei: elas não tem nenhuma obrigação com você. O distribuidor é simplesmente um cliente que comprou o produto, gostou, indicou para uma terceira pessoa e a empresa entendeu que ele merece um BÔNUS por isso. Nada mais que um bônus! E é por isso que as autoridades exigem que exista um produto: para que, se porventura, sua empresa feche as portas, ou pare de lhe pagar os bônus que ela ache que você merece (ou casse seu ID :lol:), você não sinta que foi enganado. Porquê? Porque você já recebeu seu produto e ponto final.
Esse é o meio que as autoridades têm de proteger as pessoas que colocam seu dinheiro simplesmente pensando em aumentá-lo. Ou seja, pessoas que querem comprar dinheiro com dinheiro. Será mesmo que é possível comprar 10 mil reais com apenas 3 mil reais? Isso é um negócio legítimo? Reflita você mesmo sobre isso… Não é algo difícil de se chegar a uma conclusão, não acha? Mas se o dinheiro é seu e mesmo assim você deseja correr o risco, o que as autoridades tem a ver com isso? Qual o direito que elas tem de intervir nesse caso? Simples: se você perder seu dinheiro numa operação assim, a quem você vai recorrer? Entendeu?
Então é isso: para além do produto ser necessário para caracterizar uma atividade comercial, ele é imprescindível para fazer com que o Marketing Multinivel não seja uma atividade de risco, como muitos pensam que é. No artigo anterior eu falei justamente sobre o fato do MMN não ser um negócio de investimento, mas sim um negócio de vendas. Num negócio de investimento, em maior ou menor grau, existe um risco. E nos esquemas piramidais disfarçados de MMN também! Mas num Marketing de Rede legítimo não deve haver risco: é, como já falei, “toma lá, dá cá” e estamos quites.
Assim, amigo, com esse artigo espero causar alguma polêmica ao mostrar que um esquema financeiro pode se manter sem produto, sim. Mas não para lhe incentivar a aderir “negócios sem produtos”. Claro, eu sei, eles são muito tentadores, pois como não tem custos com produção e logística, sobra muito dinheiro para as bonificações. Mas minha intenção é fazê-lo refletir sobre o quanto isso é arriscado, pois enquanto você apenas ouve as pessoas dizendo que “tem que ter produto para a pirâmide não quebrar”, mas sem lhe explicar direito que, mais que a pirâmide, você é quem corre todo o risco ao pagar e não levar nenhum produto (ou serviço) pra casa, aquela vozinha do “dinheiro fácil” pode falar mais alto.

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